Gen 1, 26-27: "Então Deus disse: Façamos o homem à nossa imagem e semelhança... Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a mulher."
Homem e mulher, como casal, são imagem e semelhança de Deus e são chamados em conjunto para dar a vida. Tudo que Deus cria é bom. Quando cria o homem e a mulher Deus diz: é muito bom.
Deus os abençoou: "Frutificai, disse ele, e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a."(Gn.1, 28).
Nesta leitura da Sagrada Escritura está fundamentada a Vontade de Deus para homem e mulher.
Ambos são chamados a serem pai e mãe - colaboradores de Deus.
Durante muitos séculos, o poder dos pais foi baseado em sua capacidade de manipular os filhos, seja pelo medo, sentimento de culpa ou suborno.
Os filhos, por sua vez, não aceitam ser controlados pelos pais, e então iniciam sua própria luta pelo poder, deixando os pais preocupados, impotentes ou culpados, competindo para ver quem grita mais alto.
Pais e filhos, cada um usa a arma que tem. Ninguém quer ficar por baixo. É a luta para ver quem controla quem.
A verdadeira fonte de poder é a capacidade de estarmos em paz com nós mesmos, centrados em nossos corações e realizando-nos como pessoas.
Podemos refletir em duas dimensões:
1 - ter filhos, representa, acima de tudo, receber uma missão de Deus,
2 - ter uma grande oportunidade.
Como missão temos que criar um ambiente com amor e uma boa estrutura para o novo ser que vai nascer e que deve se realizar. Vejamos o agricultor: ele cuida da terra antes e depois lança a semente, para que a planta cresça e floresça.
Como oportunidade quando temos filhos, é nos concedido a oportunidade de rever a espontaneidade perdida.
Esta oportunidade se manifesta da seguinte forma: os filhos nos recordam o que já fomos um dia e isto representa um convite para reaprender a viver. Não devemos só pensar na missão, mas nunca esquecer que a criança, com sua maneira de ser, resgata certos valores perdidos em nossas vidas, como:
• a capacidade de se emocionar com pequenas coisas;
• a alegria e um sorriso;
• o espanto diante das novas descobertas;
• a simplicidade de um choro.
Como um pai vai curtir momentos com o filho se sua vida tem sido um acúmulo de tensão e angustia?
Como a mãe vai compartilhar a beleza de um pôr do sol, quando sua vida tem sido de escuridão e medo?
Como aceitar que os pais poderão aceitar que filhos estão fazendo a descoberta da sexualidade, quando eles mesmos são prisioneiros da idéia que o sexo é pecado?
Henrique Santos Filho
Fundador Comunidade Anuncia-Me |