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20/10/2009
Os imperativos das cartas paulinas
AJVNS
 
Este texto da Hora Terça de hoje implica cinco imperativos e uma promessa. Procuremos entender um pouco melhor o que o Apóstolo pretende dizer-nos com estas palavras.

Alegria

O primeiro imperativo é muito freqüente nas Cartas de São Paulo, aliás poder-se-ia dizer que é quase o "cantus firmus" do seu pensamento: "gaudete" (alegria). Numa vida tão atormentada como era a sua, uma vida cheia de perseguições, de fome, de sofrimentos de todos os tipos, uma palavra clara, porém, permanece sempre presente: "gaudete" (alegria).
Nasce aqui a pergunta: é possível quase ordenar a alegria? As alegrias querem dizer, ou vem ou não vem, mas não pode ser imposta como um dever.
E aqui ajuda-nos pensar no texto das cartas paulinas mais conhecidas sobre a alegria, o do “Domingo Gaudete”, no centro da Liturgia do Advento: "gaudete, iterum dico gaudete quia Dominus prope est". Aqui ouvimos o motivo pelo qual Paulo em todos os seus sofrimentos, em todas as tribulações, podia não apenas dizer aos outros "gaudete": ele o podia dizer porque a alegria estava presente nele mesmo: "Gaudete, Dominus enim prope est".
Se o amado, o amor, o maior dom da minha vida está perto de mim, se posso estar convencido de que aquele que me ama está perto de mim, mesmo em situações de tribulações, permanece no fundo do coração a alegria que é maior do que todos os sofrimentos. O apóstolo pode dizer "gaudete" porque o Senhor está perto de cada um de nós. E assim, este imperativo, na realidade, é um convite para sentir a presença do Senhor que está perto de nós. O Apóstolo pretende chamar a nossa atenção para essa presença escondida, mas muito real de Cristo perto de cada um de nós. Para cada um de nós são verdadeiras as palavras do Apocalipse: eu bato à tua porta, escuta-me, abre-me.
É portanto também um convite para sermos sensíveis a esta presença do Senhor que bate à minha porta. Não ser surdos a Ele, pois os ouvidos do nosso coração estão de tal modo cheios de rumores do mundo que não podemos ouvir esta silenciosa presença. Reflitamos, ao mesmo tempo, se estamos realmente disponíveis para abrir as portas do nosso coração; ou talvez neste coração cheio de tantas outras coisas não haja espaço para o Senhor e, por enquanto, não temos tempo para Ele. E assim, insensíveis surdos à sua presença, cheios de outras coisas, não ouvimos o essencial: Ele bate à porta, está perto de nós e assim está perto a verdadeira alegria, que é mais forte do que todas as tristezas do mundo e da nossa vida.

Perfeição

O segundo imperativo "perfecti estote", assim se lê no texto latino, parece coincidir resumidamente com a palavra do Sermão da Montanha: "perfecti estote sicut Pater vester caelestis perfectus est". Esta palavra convida-nos a ser aquilo que somos: imagens de Deus, seres criados em relação ao Senhor, "espelho" no qual se reflete a luz do Senhor.

Correção fraterna

A seguir, "exortamini invicem". A correção fraterna é uma obra de misericórdia. Nenhum de nós vê bem a si mesmo, vê bem as suas faltas. E assim, é um ato de amor, para servir de complemento um ao outro, para ajudar-nos a vermo-nos melhor, a nos corrigir. Penso que exatamente uma das funções da colegialidade é a de nos ajudarmos, no sentido do imperativo precedente, de conhecer as lacunas que nós mesmos não queremos ver "ab occultis meis mund me" diz o Salmo, de ajudar-nos para que nos tornemos abertos e possamos ver estas coisas.
Naturalmente, esta grande obra de misericórdia, ajudarmo-nos uns aos outros para que cada um de nós possa realmente encontrar a própria integridade, a própria funcionalidade como instrumentos de Deus, exige muita humildade e amor. Somente se vier de um coração humilde, que não se coloca acima do outro, não se considera melhor do que o outro, mas apenas um humilde instrumento para se ajudar reciprocamente. Somente se se sente esta profunda e verdadeira humildade, se se sente que estas palavras vêm do amor em comum, do afeto colegial no qual queremos servir a Deus em unidade, podemos, neste sentido, ajudar-nos com um grande ato de amor. Também aqui o texto grego acrescenta alguma particularidade; a palavra grega é "paracaleisthe", é a mesma raiz de onde vem também a palavra "paracletos, paracleis", consolar. Não somente corrigir, mas igualmente consolar, compartilhar os sofrimentos do outro, ajudá-lo nas dificuldades. E ainda isto me parece um grande ato de verdadeiro afeto colegial.
Nas diversas situações difíceis que nascem hoje na nossa pastoral, alguém pode encontrar-se realmente um pouco desesperado, não vê como possa continuar. Nesse momento precisa da consolação, precisa que alguém esteja com ele na sua solidão interior e cumpra a obra do Espírito Santo, do Consolador: a de dar coragem, de juntos nos sustentarmos, nos apoiarmos, ajudados pelo próprio Espírito Santo que é o Consolador, o nosso Advogado que nos ajuda.
Portanto, é um convite para fazermos nós mesmo "ad invicem" a obra do Espírito Santo Paráclito.

Os sentimentos de Cristo

E a este ponto podemos pensar também "touto froneite" num outro texto da Carta aos Filipenses, no início do grande Hino sobre o Senhor, onde o Apóstolo nos diz: tende os mesmos sentimentos de Cristo, entrai na "fronesis", no "fronein", no pensamento de Cristo. Portanto, podemos ter juntamente a fé da Igreja, pois com esta fé entramos nos pensamentos, nos sentimentos do Senhor.
Este é o último aprofundamento desta advertência do Apóstolo: pensar com o pensamento de Cristo. E que podemos fazê-lo lendo a Sagrada Escritura nas quais os pensamentos de Cristo são Palavra, falam conosco. Neste sentido, devemos exercitar a "Lectio Divina", ouvir nas Escrituras o pensamento de Cristo, aprender a pensar com Cristo, a pensar o pensamento de Cristo e assim ter os sentimentos de Cristo, sermos capazes de dar aos outros também o pensamento de Cristo, os sentimentos de Cristo.

Paz

E assim, o último imperativo, "pacem habete", "eireneuete" é quase um resumo dos quatro imperativos precedentes, estando assim em união com Deus que é a nossa paz, com Cristo que nos disse: "pacem dabo vobis.
As dificuldades, os contrastes da nossa alma unem-se, unem-se ao original, àquele do qual somos imagem com o pensamento de Cristo.
Assim nasce a paz interior e somente se estamos fundados numa profunda paz interior podemos ser pessoas de paz também no mundo, para os demais.
Desse modo surge a pergunta. Esta promessa, está condicionada aos outros imperativos? Isto é, somente na medida em que realizamos os imperativos, este Deus da paz está conosco? Como é a relação entre imperativo e promessa?
Eu diria que é bilateral, isto é, a promessa precede os imperativos e torna realizáveis os imperativos e acompanha a realização dos imperativos. Isto é, antes de tudo, o que fazemos, o Deus do amor e da paz já se abriu a nós, está conosco. Na Revelação iniciada no Antigo Testamento Deus veio ao nosso encontro com o seu amor e com a sua paz.
E, finalmente, na Encarnação fez-se Deus conosco, Emanuel. É conosco este Deus da paz que se fez carne com a nossa carne, sangue do nosso sangue. É homem conosco e envolve todo o ser humano. E, na crucifixão e na descida à morte, fez-se totalmente um conosco, precede-nos com o seu amor, envolve antes de tudo o nosso agir. E esta é a nossa grande consolação. Deus nos precede.
Já fez tudo! Deu-nos paz, perdão e amor. Está conosco. E precisamente porque está conosco, porque no Batismo recebemos a sua graça; na Crisma, o Espírito Santo; no Sacramento da Ordem recebemos a sua missão, podemos agora agir, cooperar com esta sua presença que nos precede. Todo este nosso agir do qual falam os cinco imperativos é um cooperar, um colaborar com o Deus da paz que está conosco.
 
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