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FORMAÇÕES
Texto: A+  
04/02/2010
Trindade revela segredo das belas relações humanas
* Raniero Cantalamessa OFM Cap
 
Trindade, escola de relação


Por que os cristãos acreditam na Trindade? Já não é bastante difícil crer que existe Deus, para podermos aí então, acrescentarmos o enigma de que é “Uno e Trino”? Frequentemente aparecem aqueles que deixariam de lado a Trindade, também para poder assim dialogar melhor com judeus e muçulmanos, que professam a fé em um Deus rigidamente único.

A resposta é que os cristãos acreditam que Deus é trino porque creem que Deus é amor! Se Deus é amor, deve amar alguém. Não existe um amor vazio, sem ser dirigido a ninguém. Interrogamos-nos: a quem ama Deus para ser definido amor? Uma primeira resposta poderia ser: ama os homens! Mas os homens existem há alguns milhões de anos, não mais. Então, antes, a quem amava Deus? Não pode ter começado a ser amor desde certo momento, porque Deus não pode mudar. Segunda resposta: antes de então amava o cosmos, o universo. Mas o universo existe há alguns milhões de anos. Antes de então, a quem amava Deus para poder ser definido como amor? Não podemos dizer: amava a si mesmo, porque amar a si mesmo não é amor, mas egoísmo, ou, como dizem os psicólogos, narcisismo.

Está aqui a resposta da revelação cristã. Deus é amor em si mesmo, antes do tempo, porque desde sempre tem em si mesmo um Filho, o Verbo, a quem ama com amor infinito, que é o Espírito Santo. Em todo amor há sempre três realidades ou sujeitos: um que ama um que é amado e o amor que os une. Ali onde Deus é concebido como poder absoluto, não existe necessidade de mais pessoas, porque o poder pode ser exercido por um só; mas não é assim se Deus é concebido como amor absoluto.

A teologia tem-se servido do termo natureza, ou substância, para indicar em Deus a unidade, e o termo pessoa para indicar a distinção. Por isso, dizemos que nosso Deus é um Deus único em três pessoas. A doutrina cristã da Trindade não é um retrocesso, um pacto entre monoteísmo e politeísmo. Ao contrário: é um passo adiante que só o próprio Deus poderia fazer que a mente humana desse.

A contemplação da Trindade pode ter um precioso impacto em nossa vida humana. É um mistério de relação. As pessoas divinas são definidas pela teologia como “relações subsistentes”. Significa que as pessoas divinas não têm relações, mas que são relações. Os seres humanos têm relações – entre pai e filho, marido e mulher... –, mas não nos esgotamos nestas relações; existimos também fora e sem elas. Não é assim com o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

A felicidade e a infelicidade na terra dependem em grande medida, sabemos, da qualidade de nossas relações. A Trindade nos revela o segredo para ter belas relações. O que faz bela, livre e gratificante uma relação é o amor em suas diferentes expressões. Aqui se vê quão importante é contemplar a Deus antes de tudo como amor, não como poder: o amor doa, o poder domina. O que envenena uma relação é querer dominar o outro, possuí-lo, instrumentalizá-lo, em vez de acolhê-lo e entregar-se. Devo acrescentar uma observação importante. O Deus cristão é uno e trino! Esta é, portanto, desta forma, a solenidade da unidade de Deus, não só por ser trino! Nós, cristãos, também cremos “em um só Deus”, só que a unidade na qual cremos não é uma unidade de número, mas de natureza. Parece mais a unidade da família que a do indivíduo, mais a unidade da célula que a do átomo.

A primeira leitura da Solenidade nos apresenta o Deus bíblico como “misericordioso e clemente, lento para a cólera e rico no amor e na fidelidade”. Este é o traço que mais reúne o Deus da Bíblia, o Deus do Islã e o Deus (melhor dito, a religião) budista, e que se presta mais, por isso, a um diálogo e a uma colaboração entre as grandes religiões. Cada sura do Alcorão começa com a invocação: “Em nome de Deus, o Misericordioso, o Compassivo”. No budismo, que desconhece a ideia de um Deus pessoal e criador, o fundamento é antropológico e cósmico: o homem deve ser misericordioso pela solidariedade e a responsabilidade que o liga a todos os viventes. As guerras santas do passado e o terrorismo religioso do presente são uma traição, não uma apologia, da própria fé. Como se pode matar no nome de um Deus ao qual se continua proclamando “o Misericordioso e o Compassivo”? É a tarefa mais urgente do diálogo inter-religioso que juntos, os fiéis de todas as religiões, devem buscar a paz e o bem da humanidade.



* pregador da Casa Pontifícia


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por
Revista Shalom Maná - Ed. Shalom
 
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